Entrevista Jorge Soto 2024

outubro de 2024

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Entrevista Jorge Soto 2024 - Ideia Sustentável

Atuação coletiva pelo desenvolvimento sustentável

Jorge Soto nasceu no Chile e veio com os pais para o Brasil em 1974. Com quase 40 anos de formação em engenharia química, atua como diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, e vem se envolvendo ativamente nas iniciativas da Ideia Sustentável com capítulos de livros escritos, entrevistas para a revista e participação em eventos da Plataforma Liderança Sustentável.

Estamos em uma era de grandes corporações, com empresas tornando-se maiores do que muitos governos e assumindo papéis importantes em direção à sustentabilidade. Para Jorge Soto, há sempre questões novas a serem desenvolvidas, seja do ponto de vista de conceitos, seja de práticas, e há muito espaço ainda para novas ideias. “A Braskem tornou-se a maior produtora mundial de biopolímeros. Enquanto isso, outros atores do setor também estão fazendo sua parte. Há sempre espaço para novas ferramentas, novas maneiras de fazer e de comunicar”.

Nesse sentido, é necessário que haja canais de negociação e de relacionamento para que haja sinergia entre as políticas públicas e o que a empresa é capaz de fazer. Como exemplo, Jorge conta que “desde 2014, a Braskem entende que é preciso precificar o carbono, embora ainda não exista um sistema que defina essa obrigatoriedade no Brasil. E, desde 2020, a empresa adotou a precificação interna de carbono, ou seja, as decisões da organização têm que ser tomadas levando em consideração as emissões de gases de efeito estufa”.

 

Ideia Sustentável: Você teve a oportunidade de se reunir e conversar com executivos dos mais diversos setores nos encontros da Plataforma Liderança Sustentável. Para você, qual é a importância de reunir essas pessoas para uma troca de ideias e uma conversa sobre o desenvolvimento sustentável a partir de uma perspectiva empresarial?

Jorge Soto: Eu acho que hoje em dia isso está mais dominado, mas, na época em que o Ricardo Voltolini começou essa iniciativa, ele era um dos poucos que pensava dessa maneira. É necessário que atuemos coletivamente no assunto. Não é possível qualquer organização, ou até qualquer país, imaginar que vai construir um mundo mais sustentável sozinho. O desenvolvimento sustentável é um processo que preconiza a existência de atores que se relacionem de forma adequada para olhar para esse futuro, que está sempre em construção. Por ser um processo, não existe uma empresa que seja sustentável, um produto que seja sustentável ou qualquer coisa que seja sustentável. Existe algo mais sustentável do que o outro naquele momento e isso tudo vai estar sempre mudando, porque não é possível dizer que já alcançamos algo que seja definitivamente sustentável. Como a população do Brasil e do mundo está crescendo, é necessário desenvolver soluções para novos produtos, fazer negócios e manter relacionamentos. Com as iniciativas da Ideia Sustentável, o Ricardo abriu uma grande oportunidade para que essas trocas fossem mais eficazes.

 

IS: Quando o Ricardo lançou a revista, foi um processo de construção de conceitos. Qual, na sua opinião, é o impacto da revista para a consolidação do conceito de sustentabilidade?

JS: O Ricardo esteve sempre atento à necessidade de atualização da forma como se comunica e da forma como ele coloca a Plataforma e a revista no mercado. Isso é característica de uma pessoa bastante visionária. A Braskem participa desde 2012, e, de lá para cá, mais de 12 líderes da empresa – sendo três CEOs – participaram de alguma maneira, seja em entrevistas, capítulos de livros, eventos. E, hoje em dia, com as três letras do ESG em destaque, ainda há muito o que fazer. Seguramente não alcançamos o patamar que desejamos. Estamos, sim, muito melhor do que quando essa discussão começou, mas, do ponto de vista do que queremos alcançar, ainda temos muito a fazer.

 

IS: Um assunto que foi abordado por você, no livro Líderes Sustentáveis com a Mão na Massa, foi educação para a sustentabilidade e consumo consciente. Na sua opinião, quais são as tendências nessa temática?

JS: Eu acho que, como tendência sistêmica, está a incorporação das externalidades, ou seja, dos impactos decorrentes das atividades das organizações e das pessoas nos sistemas de preço. É necessário que isso aconteça. Mais cedo ou mais tarde, temos que ter um custo associado àquilo que o produto ou serviço gera, seja positivo ou negativo. Nessa lógica estão, por exemplo, a economia circular e a precificação do carbono. Portanto, é necessário que a educação de todos esses atores flua para o entendimento do que é, e de que forma a incorporação dessas externalidades deve acontecer nos processos de precificação.

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