As discussões sobre diversidade e inclusão no mundo corporativo têm crescido exponencialmente. São inúmeros os benefícios que a diversidade gera para as empresas – e muitos líderes tem defendido o tema como uma causa a ser refletida e adotada pelas organizações. Nos encontros da Plataforma Liderança com Valores, por exemplo, diferentes gestores e executivos já abordaram a temática em suas palestras, como na última edição do CEO com Propósito, que abordou o ativismo empresarial e algumas bandeiras foram levantadas, como equidade de gênero e racial e empoderamento feminino.
Entre os temas de diversidade e inclusão, a equidade de gênero é uma das pautas que mais vem sendo abordadas. Paula Paschoal, diretora geral do PayPal Brasil, durante o CEO com Propósito conta sobre sua trajetória profissional no mundo das finanças e da tecnologia, setores comumente dominado por homens.
E apesar do aumento da preocupação das empresas com o tema – e de 81% delas, em todo o mundo, considerarem importante melhorar as condições de diversidade e inclusão – apenas 42% possuem uma estratégia documentada para se alcançar a equidade de gênero. Os dados são do relatório “When Women Thrive” de 2020, publicado pela consultoria Mercer. O documento também revela alguns progressos nas áreas de contratação, promoção e retenção de mulheres dentro das companhias.
O estudo, que consultou mais de 1 mil organizações em 54 países, aponta que apenas 40% da força de trabalho é do gênero feminino – o que significa um aumento. Entretanto, as mulheres representam apenas 29% e 23% dos cargos de nível sênior e executivo.
Além disso, um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em abril de 2019 aponta que a desigualdade de renda entre gêneros diminuiu. Contudo o mesmo estudo confirma que as mulheres ainda recebem menos que os homens e ocupam cargos inferiores, ainda que invistam mais em educação e capacitação. De acordo com uma coletânea de pesquisas realizada pelo Guia Diversidade para Empresas & Boas Práticas, as mulheres representam mais da metade da população brasileira, mas apenas 13,6% estão em cargos de chefia. Para as negras, a situação é ainda pior: apenas 1,6% e 0,4% ocupa posições de gerência e cadeiras executivas, respectivamente.
Pelo lado positivo, todos os estudos indicam um aumento na busca de empresas e lideranças por ações de diversidade e inclusão. Segundo o relatório da Mercer, 72% das corporações contam com equipes dedicadas à implantar a equidade salarial entre gêneros, e 66% possuem líderes ativamente engajados em iniciativas sobre o tema.
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