A escolha do gestor do programa de responsabilidade social e o atual estágio do movimento

novembro de 2012

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Por Fábio Rocha

Segundo última pesquisa do Instituto ETHOS, denominada “Práticas e Perspectivas da Responsabilidade Social Empresarial no Brasil –2008”e recentemente divulgada tem crescido a implementação de práticas de gestão socialmente responsáveis, mas, ao mesmo tempo, a pesquisa apontou um baixo percentual de empresas que utilizam instrumentos de formalização de políticas de RSE, bem como ferramentas e referências para auxiliá-las na definição de suas ações.

Ainda segundo a pesquisa, isso comprova que, apesar de as práticas de Responsabilidade Social Empresarial – RSE estarem em uma escala crescente de incorporação empresarial, falta uma maior formalização e institucionalização destas práticas em nível estratégico e político.

Interpretando este cenário a partir da nossa vivência de mais de 16 anos atuando e estudando este tema e convivendo diariamente com grandes empresas de todo o Brasil gostaríamos de chamar a atenção para a total conexão destes resultados com uma figura fundamental que é a figura do gestor do programa de responsabilidade social das empresas.

Não temos dúvida, que ao entendermos a responsabilidade social como algo transversal à gestão, conectada a estratégia de negócios, ao sistema de gestão e presente no diálogo com os stakeholders, desenhamos a figura de um “maestro sem comando”, pois, a essência das práticas de responsabilidade social acontecem fora do escopo de sua liderança, em processos já tradicionais na maioria das empresas (suprimentos, comercial, relacionamento com clientes, gestão de pessoas, produção, etc.).

Alguns podem imediatamente pensar que este fato não é novo, citando temas como segurança do trabalho e gestão de pessoas, os quais também dependem muito do real compromisso dos gestores com diretrizes e práticas corporativas estabelecidas pelas lideranças destes temas.

Mas, o que chama mais atenção, além da complexidade, subjetividade do tema, é o amadorismo na escolha destes profissionais em muitas empresas, não definindo um processo seletivo estruturado e com características bem definidas.

Os perfis deste profissional e de sua equipe são de pessoas que serão muito mais facilitadores, catalisadores e consultores internos, do que gestores de projetos socioambientais. Além disto, precisam ter o “espírito de servir”, como define Jorge Soto, Diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem.

E mesmo quando as empresas são eficazes nesta escolha, não oferecem condições básicas para sua atuação. Vejam algumas delas:

Portanto, se este tema realmente é estratégico e prioritário para as empresas, algo bastante comum nos atuais posicionamentos institucionais, vale refletir sobre a importância do gestor deste tema e/ou programa, seja do ponto de vista da escolha, quanto da infra-estrutura de trabalho.

Fábio Rocha é idealizador e coordenador do MBA de Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa pela UNIFACS e consultor em Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade, tendo atuado em mais de 100 organizações públicas, privadas e não-governamentais.

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