Um diálogo necessariamente mútuo

8 de fevereiro de 2010

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Um diálogo necessariamente mútuo - Ideia Sustentável

Com todas as atenções da mídia global voltadas, atualmente, às mudanças climáticas, não preciso detalhar a imensa ameaça que assombra a saúde e prosperidade das pessoas no Brasil e no mundo. Mas é oportuno lembrar que a responsabilidade das empresas frente aos desafios colocados pelo aquecimento global será crucial para o bem-estar coletivo.
Se uma companhia pretende ser bem sucedida na transição para uma economia de baixo carbono, é vital saber em que nível essa transição está agora. Uma organização deve ser capaz de mensurar seus impactos climáticos, considerando que as performances sustentáveis em torno do mundo configuram o primeiro passo na jornada por um futuro mais sustentável.
No entanto, uma divulgação significativa denota muito mais do que a simples mensuração e publicação de estatísticas. Trata-se de dizer como a administração da empresa aborda seu desempenho ambiental, econômico e social. A GRI – responsável pelo modelo de elaboração e publicação de relatórios socioambientais mais utilizado no mundo – denomina essa prática como Disclosure on Management Approach – DMA, ferramenta de gestão crucial para a compreensão das estratégias de uma empresa no longo prazo.
Com o auxílio dessa diretriz, um relatório pode explicar as principais metas e seu desempenho em sustentabilidade; esclarecer as políticas que definirão o compromisso da empresa e quem está operando em parceria com a organização. O DMA pode ser utilizado como um guia de treinamento para as companhias ao descrever processos de formação e, mais importante, para orientá-las a monitorar, corrigir e prevenir ações, incluindo aquelas relativas à cadeia de abastecimento, onde geralmente os impactos da empresa sobre o clima são maiores.
A divulgação de informações dessa natureza é o primeiro passo para o engajamento com stakeholders. Mas para que haja um diálogo necessariamente mútuo, a empresa precisa ter o feedback dos leitores desses relatórios de sustentabilidade. Esses públicos de interesse representam grupos variados, incluindo investidores, sociedade civil, fornecedores, compradores e consumidores. Esses leitores devem ter espaço para dizer o que acham sobre os relatórios. Por essa razão, pela segunda vez, o GRI uniu-se a organizações parceiras em todo o mundo para pedir que os leitores de relatórios dêem sua palavra sobre essas publicações no Readers’ Choice Awards.
Na primeira vez que essa prática foi realizada – em 2008 – os leitores pontuaram os relatórios que mais se aproximaram de suas expectativas. O questionário do Readers Choice Awards foi destinado a grandes e pequenas empresas em todo o mundo – com um grande número de companhias de origem latino-americana. Então, agora há um estudo de acompanhamento com base nas opiniões de leitores sobre sustentabilidade. Em 2008, eles deixaram claro que os relatórios são lidos com um propósito e demonstraram que estão, em geral, bem informados sobre questões pelas quais buscaram informações. Disseram também que gostariam de ver uma conexão entre questões de sustentabilidade e a estratégia das organizações.
As companhias brasileiras têm respondido à demanda dos leitores com agilidade, ao incorporar índices de sustentabilidade aos seus relatórios. Em termos de números de balanços produzidos com base nas diretrizes GRI, o Brasil fica atrás apenas da Espanha e dos Estados Unidos.
Mas o que vocês, leitores, acham dos relatórios? Essas publicações  vão ao encontro das suas necessidades? Como vocês gostariam de recompensar as empresas pela divulgação de índices de sustentabilidade?
À medida que os eventos em Copenhague reforçam os grandes desafios que devemos enfrentar, está claro que as apostas são altas demais para permanecermos em silêncio. É hora de fazer sua voz ser ouvida sobre que aspectos caracterizam um bom relatório.
A plataforma de pontuação do GRI Readers’ Choice Awards pode ser acessada pelo endereço:http://awards.globalreporting.org
 
Ernst Ligteringen é presidente da Global Reporting Initiative (GRI)

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