Estudo NEXT – Especial RH – Tendência 3: Engajamento

Estudo NEXT – Especial RH – Tendência 3: Engajamento

Tendência 3: Engajamento

Engajar e mobilizar os colaboradores, especialmente os colaboradores-âncora, em iniciativas ligadas à sustentabilidade

 

“Os profissionais de RH podem ser protagonistas na sustentação de uma estratégia de sustentabilidade corporativa. Várias companhias estão começando a pensar seriamente na ligação entre sustentabilidade e engajamento dos funcionários por meio do RH.” A visão otimista é de Liz Maw, CEO da Net Impact, uma organização sem fins lucrativos que capacita jovens e profissionais para promover a mudança transformacional no ambiente de trabalho e no mundo.

Liz aponta casos como o do eBay Green Team, que implementou, em 2007, uma iniciativa de base com alguns funcionários. Hoje, mais de 2.500 empregados em 25 países promovem atividades de sustentabilidade dentro da empresa, assim como junto a suas comunidades, apoiando, por exemplo, o debate sobre a legislação ambiental.

A gigante Starbucks iniciou uma estratégia de engajamento entre seus funcionários adquirindo grãos de café de mercados éticos e doando tempo e recursos para comunidades produtoras em todo o mundo. Isso fez com que os empregados da rede percebessem uma conexão intensa com os valores da empresa e sentissem mais orgulho de trabalhar com seu produto. Na prática, afirma Liz, a Starbucks alinhou os valores da companhia com os valores dos jovens que vendem o café no balcão ao consumidor final.

Um estudo desenvolvido pela Universidade de Cambridge alerta, também, para a importância de se manter as políticas de sustentabilidade da empresa sempre muito transparentes aos empregados. Em um dos depoimentos recolhidos por Adine Mees e Jamie Bunham para a pesquisa, representantes da Canadian Business for Social Responsability arriscam uma fórmula provocativa: “RSC – RH = RP”.

Ou seja, se os empregados não estão engajados (e isso pressupõe a ação do RH), a responsabilidade social corporativa torna-se um mero exercício de relações públicas. “A credibilidade de uma organização será afetada quando se torna evidente que a companhia não está fazendo o que prega”, diz Andrew Savitz. Sem credibilidade, complementa, nenhuma empresa consegue a”trair os melhores talentos para trabalhar nela”.

Liz faz ainda uma importante correlação entre engajamento de colaboradores “sustentáveis” e retorno financeiro para as organizações. “Um estudo da Towers Watson’s Global Workforce descobriu que funcionários comprometidos com iniciativas ambientais perderam apenas oito dias por ano em produtividade contra 14 dias de funcionários não engajados. Usar a sustentabilidade como combustível para esse alinhamento traz uma situação ganha-ganha-ganha para o colaborador, para a empresa e para o mundo”, diz.

Savitz faz uma ressalva nesse sentido. “Concordo com essa tendência. Porém, a empresa deve tomar cuidado ao elevar as expectativas das pessoas. Em outras palavras, não encoraje seus funcionários a trazerem ideias que você não esteja preparado para implementar”. Em alguns casos, “esse tem sido um dos motivos pelos quais profissionais com alta capacidade de engajamento e transformação acabam, inclusive, deixando as empresas, afirma Heiko Spitzeck, professor da Fundação D. Cabral e coautor do livro Social Intrapreneurism and All That Jazz, lançado em março nos Estados Unidos.

Spitzeck classifica esse tipo de profissional como intraempreendedores sociais – pessoas por si só motivadas, capazes de enxergar os desafios internos das organizações, mas também suas externalidades socioambientais, e promover mudanças inovadoras “de baixo para cima”. Para esses colaboradores – crê – o RH deve olhar com especial atenção. “Vejo como uma tendência muito forte hoje, no mercado, que cada vez mais as inovações, principalmente em gestão e marketing, surjam de esforços de cocriação feita na interação com o cliente. Creio que as mudanças virão cada vez menos dos setores clássicos, como Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, e mais da interação com a cadeia de valor e o usuário final do produto”, profetiza.

Nesse sentido, caberá ao RH incentivar não apenas o chamado empreendedorismo corporativo – como as iniciativas ligadas à economia de recursos ou redução de desperdícios, muitas vezes associadas a metas para os funcionários e advindas das hierarquias superiores, portanto “de cima para baixo” – como também estimular o intraempreendedorismo corporativo.

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