Neste mês, 10 empresários brasileiros partem para Lyon, na França. Dessa vez, eles não seguem em uma viagem propriamente de negócios: vão se juntar a outros dois mil empresários de vários países no maior evento de responsabilidade social empresarial do mundo.
Em discussão, estarão questões e demandas da sociedade com forte impacto nas empresas, principalmente tendo em vista a Rio+20, quando as corporações serão questionadas não só no aspecto ambiental, mas também social.
Promovido pela Uniapac Internacional, entidade que reúne as Associações de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE) de 32 países, inclusive sete da África, e mais de 16 mil empresários, o 24º Congresso Mundial Uniapac será realizado de 30 de março a 1º de abril na cidade de Lyon na França.
O evento é o maior do mundo em responsabilidade social empresarial. Entre os participantes estão nomes conhecidos como o do ex-presidente do FMI, Michel Camdessus, atual presidente de La Sociedad de Finanzas de La Economía Francesa, do presidente da Uniapac Internacional, Pierre Lecocq, cardeal Turkson, presidente do Conselho Pontifício de Justiça e Paz do Vaticano, Stefano Zamagni, professor de Política Econômica da Universidade de Bologna e do próprio prefeito de Lyon, a segunda maior cidade da França.
Os empresários vão se reunir durante três dias para interagir e debater sobre o papel da empresa em um mundo que perdeu a esperança. O Congresso é realizado a cada três anos e é considerado o mais importante da Uniapac no mundo. Para o presidente da Uniapac Brasil e do grupo Asamar (ALE Combustíveis), Sérgio Cavalieri, o Congresso Mundial da ADCE – Uniapac ocorre em um momento muito especial na realidade mundial.
Em razão da crise financeira global, aliada às preocupações ambientais e anseios sociais por igualdade, liberdade e justiça, o sistema econômico vigente nunca foi tão fortemente criticado como agora. “Primavera árabe, movimentos occupy, efervescência das redes sociais colocam em cheque décadas de suposta prosperidade global, questionam o modelo econômico, a hegemonia do sistema financeiro e até mesmo o papel das empresas”, avalia Cavalieri.
Pesquisa recente realizada pela EDC, a ADCE francesa, com estudantes universitários, profissionais e escolas de engenharia e negócios, todos com idade média de 23 anos, apontou que essa geração vem acumulando nos últimos anos um sentimento de medo, acentuado com a crise global, social e cultural que o mundo enfrenta atualmente. Segundo o presidente da Uniapac Internacional, Pierre Lecocq, para esses jovens, em outros tempos o trabalhador era considerado e valorizado. Hoje se tornou mera variável de ajuste econômico.
“Neste mundo incerto, esses jovens perderam a confiança no sistema político para reformar a sociedade e já passam a colocar suas esperanças em laços familiares e, surpreendentemente, em empresas e líderes empresariais que são percebidos como os organismos únicos capazes de dar um sentido e criar oportunidades para o crescimento dessas pessoas”, explica Lecocq.
Segundo Cavalieri, o Congresso de Lyon busca trazer uma nova luz sobre esses temas e apresentar uma visão otimista possível para o futuro, desde que seja feita uma mudança radical no modelo político e econômico atual. “A nova governança mundial, tanto política quanto empresarial, deve privilegiar a pessoa e precisa ser exercida com base em valores humanos.
O exercício responsável do poder, a defesa da liberdade com a prática da caridade, fraternidade, verdade, justiça, solidariedade, confiança, são as saídas para a crise e os novos desafios do nosso tempo. E a Uniapac quer apresentar este caminho”, explica Cavalieri. “Dentro desses novos conceitos, fica claro que as empresas não são vilãs, mas sim a solução possível para os problemas da economia, a ressignificação do sentido do trabalho e da própria existência do ser humano no planeta”, completa.
Recente manuscrito editado pela Fundação Uniapac em dezembro de 2011, com o título “A cura da crise – o papel dos líderes empresariais” expõe a origem dos problemas na ganância ilegítima, na ausência de valores e virtudes, na busca da felicidade pelo consumo exacerbado de bens materiais, e inspira os dirigentes a adotarem uma nova postura na condução das suas empresas.
“A economia de mercado só prospera se for capaz de promover uma ampla distribuição de riqueza, o desejo de empreender e o respeito natural pela propriedade privada. Para isto precisa estar fundada em valores como prudência, honestidade, disciplina, espírito público e respeito pela dignidade humana.
Não são virtudes natas na própria economia, mas sim na sociedade na qual ela está inserida, nas famílias, nas instituições religiosas, nas comunidades com suas tradições e virtudes. Muito mais do que uma crise técnica, o mundo vive uma crise de valores, e este aspecto parece não ter sido entendido”, pondera Cavalieri.
“O homem não pode viver sem esperança, o nosso mundo não pode progredir sem esperança, a esperança leva ao empreendedorismo, que leva a inovação, a criatividade e a relacionamentos interpessoais positivos. Essa foi uma das razões para que a Uniapac, em colaboração com a EDC (a ADCE da Franca) escolhesse para o 24º Congresso Mundial o tema “Empresa, fonte de esperança””, concluiu Pierre Lecocq.
Posse na Uniapac Latino Americana
Durante o Congresso ocorrerão reuniões dos Boards Internacionais e da América Latina da Uniapac quando então o empresário, presidente da Uniapac Brasil e do grupo Asamar, Sérgio Cavalieri tomará posse como 2º Vice Presidente da Uniapac para a America Latina. Ante os desafios, Cavalieri afirma que irá em busca de consolidar a associação no Brasil e em todo o continente sul-americano, com foco em propostas inovadoras, de responsabilidade social, seguindo os conceitos mais modernos de sustentabilidade.
“Vou assumir a 2ª Vice Presidência da Uniapac latino americana com muito entusiasmo, pois temos à frente grandes desafios representados pelas oportunidades de expandir e consolidar a Associação no Brasil e em todo o continente. O movimento ganha reconhecimento pelas suas propostas inovadoras e assertivas.
Em 2008, lançamos o livro “Rentabilidade dos Valores” considerado um marco mundial em RSE. Agora em 2012 lançaremos o “Protocolo Uniapac de Responsabilidade Social” que é uma ferramenta de apoio à gestão com foco nas micro, pequenas e médias empresas, que têm mais dificuldade de implantar o modelo de administração seguindo os conceitos mais modernos de sustentabilidade.
É pouco provável que um empreendimento tenha sucesso se não adotar estes princípios no dia a dia da sua gestão. Estou confiante na revolução que estamos implantando nas empresas e na economia, em especial na América Latina, pois uma ação pro ativa certamente evitará repetirmos o desastre financeiro e social que atinge a Europa e os Estados Unidos desde 2008”, conclui Cavalieri.
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Paula Lanza
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