Cooperativas e sustentabilidade

Cooperativas e sustentabilidade

As cooperativas e o desenvolvimento sustentável
Por Roberto Araújo

No dia 6 de julho comemorou-se o Dia Internacional das Cooperativas, data promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em todo primeiro sábado de cada mês de julho. Faço aqui uma reflexão sobre a importância e a relação entre o cooperativismo e a sustentabilidade.

O cooperativismo contemporâneo é um modelo socioeconômico que visa o desenvolvimento econômico e o bem-estar social das comunidades onde estão inseridos. Por sua vez, a sustentabilidade também busca os dois aspectos que citamos acima, acrescentando a eles a dimensão ambiental, com base na conservação dos recursos naturais para as gerações futuras.

No século 19, já havia registros das primeiras cooperativas brasileiras. Atualmente, segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que representa o setor, são mais de 6.500 cooperativas no Brasil. Esse número mostra a importância deste setor para o desenvolvimento do país, bem como para sua sustentabilidade.

Atualmente, as cooperativas atuam em diversas áreas, como agropecuária, comércio, habitação, educação, entre outros. Também segundo a OCB, em 2012, o cooperativismo injetou R$ 8 bilhões na economia nacional, apenas com salários e benefícios ao trabalhador.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 50% de toda a produção agropecuária brasileira passa por uma cooperativa. Em 2011, haviam mais de 1.500 cooperativas agrícolas no Brasil, totalizando aproximadamente 1 milhão de cooperados, o que mostra a importância de continuarmos estreitando a relação entre cooperativismo e sustentabilidade.

Somente por meio do desenvolvimento agrícola sustentável seremos capazes de   superar os desafios demográficos e atender a crescente demanda  mundial por  alimentos, fibras e energia. Segundo o relatório “Perspectivas da População Mundial: Revisão de 2012”, divulgado pela ONU em junho de 2013, a população do planeta chegará a 9,6 bilhões de pessoas em 2050.

Leia também: A importância do cooperativismo na promoção da sustentabilidade

Os países em desenvolvimento serão os que mais impactarão nesse crescimento, sobretudo com o aumento da renda per capita e da expectativa de vida da população, que será majoritariamente urbana. Nesse processo, o Agro brasileiro é altamente competitivo, pois além de reunir  condições favoráveis de clima e solo, pode promover o desenvolvimento socioeconômico e beneficiar milhares de produtores rurais, incluindo aqui  a agricultura familiar.

Para inserir os pequenos produtores  na cadeia de valor do agronegócio e torná-los cada vez mais competitivos, as cooperativas  têm o importante papel de indutoras de práticas sustentáveis aos seus cooperados. São elas quem podem oferecer programas de treinamentos e capacitação, como os que já são disponibilizados por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).

Além disso, as cooperativas já oferecem  assistência técnica, acesso à tecnologia inovadoras, projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),  acesso a financiamentos e aos canais de comercialização da produção. Por sua natureza, as cooperativas já oferecem ao seus cooperados uma séria de benefícios, aos quais podem ser acrescidas iniciativas para melhorar a gestão e promover ações de responsabilidade socioambiental nas comunidades onde atuam, contribuindo para o melhor entendimento sobre a relação entre o cotidiano das pessoas e a sustentabilidade.

Para finalizar, o grande desafio para o futuro do cooperativismo será continuar investindo na capacitação de suas lideranças, visando acelerar a incorporação de práticas sustentáveis de gestão antes, dentro e fora da porteira, beneficiando toda a cadeia produtiva onde atuam.

 

*Roberto Araújo é diretor presidente da Fundação Espaço ECO®.

 

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