Artigos – Brasil precisa acelerar para atingir as Metas do Milênio

20 de dezembro de 2007

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Sete anos se passaram e as oito metas do milênio aprovadas em 2000 pela Organização das Nações Unidas permanecem, ainda hoje, ignoradas pela maioria da população mundial. O Brasil, apontado como o país menos familiarizado com o projeto, comprometeu-se, naquele momento, junto com 190 nações, a cumprir os objetivos sugeridos pelo programa até  2015.
Faltando, então, menos de uma década para terminar o prazo estabelecido,  uma porcentagem alta da população mundial desconhece o assunto, que já mereceu amplos espaços na mídia e que hoje transparece timidamente. Em 19 países, nos quais foi realizada uma pesquisa pela Market Analysis e o instituto GlobeScan, 75% das pessoas não sabem nada sobre o tema. Nas nações desenvolvidas, esse número cai para 56%.
A proposta estipula ações em níveis nacional e internacional para reduzir a pobreza, frear o avanço do HIV e expandir a educação primária. Também inclui a redução da mortalidade em três quartos e, da infantil, em dois terços, além da promoção da igualdade de gênero, a autonomia da mulher e a sustentabilidade ambiental. Entretanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido.
As principais questões sociais, ambientais e econômicas, de dimensões globais, têm encontrado em seus países obstáculos e limites que acabam por travar a ultrapassagem de tais problemas e, principalmente, o alcance dos objetivos estabelecidos. A complexidade e amplitude dessas dificuldades têm-se mostrado maiores do que a capacidade e a disposição da sociedade, do governo e da classe empresarial para enfrentá-las. É necessária uma transformação no paradigma governamental e social, que envolva toda a nação em uma busca dinâmica pelas metas sugeridas.
A maior parte da população mundial não caminha ao encontro do cumprimento dessas metas. No Brasil, transitam centenas de projetos sociais. No entanto, o desconhecimento absoluto do assunto atinge três quartos dos cidadãos, resultando no maior grau de ignorância sobre o tema. Ainda é preciso uma disseminação maior de conceitos e possibilidades, uma vez que é rara a percepção de que essas ações sociais possam impactar nos objetivos estabelecidos pela ONU. É imprescindível levar este contexto para um amplo debate e buscar uma sinergia entre os movimentos empresariais e os gestores públicos no país, ampliando a discussão e estimulando resultados eficientes.
O Brasil ainda está distante de cumprir as Metas do Milênio. Tem, porém, em suas alternativas, a chance de unir expectativas e trabalhar por uma consciência corporativa comprometida, amparada pela sociedade, e engajada em atuações que representem a concretização dos oito tópicos sugeridos, seja por meio de propostas criativas de levar adiante importantes iniciativas, seja pelo trabalho de propagação que deve ampliar a oportunidade de conhecimento e a abordagem sobre o que realmente propõe as metas, e de que forma se pode alcançá-las.
Enxergar e aproveitar oportunidades são essenciais para a cultura empresarial. Fazê-lo em sintonia com a edificação de uma sociedade mais justa é o alicerce do conceito de responsabilidade social. O momento é de empregar esta força em favor de um país menos desigual e trabalhar intensamente. A sociedade brasileira tem que aprender a cobrar resultados e ser capaz de mobilizar energias, não permitindo que o descaso e a freqüente falta da valorização por parte das autoridades nacionais destruam a  oportunidade de concretizar a tão sonhada qualidade de vida.
Fabián Echegaray, é cientista político e diretor da Market Analysis

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