Na hora de escolher um tema para levantar como bandeira, é comum empresas pensarem em questões mais genéricas, como educação, cultura, esporte, entre outros; mas há também aquelas que fogem bastante da curva e promovem causas específicas e nada habituais. Um exemplo interessante é o da SAP, com seu empenho em aprimorar o “algoritmo da vida”, ferramenta criada para combater o crescente número de casos de suicídio entre jovens, a partir da análise de postagens nas redes sociais.
Hoje, 15% da população brasileira de 15 a 29 anos está deprimida ou apresenta transtornos como ansiedade e, no mundo, o suicídio já representa a segunda causa mais frequente de morte entre pessoas da mesma faixa etária. Diante desse quadro, que vem piorando, a agência Africa e Bizsys desenvolveu um algoritmo para identificar potenciais casos de depressão pelo conteúdo publicado pelos usuários do Twitter. Ao identificar riscos em alguma conta, uma mensagem é enviada ao perfil com recomendações para procura de auxílio profissional.
Pesquisas sobre saúde mental notaram o uso recorrente de determinado grupo de palavras entre pessoas com depressão. Tais vocábulos ou expressões indicam, em diferentes níveis, a possibilidade de se apresentar a doença, e a aplicação desses termos se manifesta também nas redes sociais. O papel do “algoritmo da vida” é monitorar a presença de elementos que indicam sintomas de ansiedade e problemas correlatos em publicações no Twitter. Após a primeira “varredura”, uma equipe treinada analisa contextos, periodicidade, entre outras variáveis, para validar o potencial de risco.
É no processo de identificação desses usuários com potencial de depressão que a SAP entra. A companhia uniu forças com a Amazon Web Services para refinar a ferramenta e aumentar o alcance do “algoritmo da vida”. A parceria não só passa a prontificar uma equipe de analistas de dados e engenheiros para se dedicar continuamente ao aperfeiçoamento da tecnologia, como também potencializa a base de informações e a aplicação de inteligência preditiva, responsável por captar mudanças no comportamento dos usuários monitorados e por avisar quando uma intervenção é imprescindível.
Entre os aprimoramentos, destacam-se ainda o aumento da segurança das informações e confiabilidade no uso dos dados, além da possibilidade de oferecer diagnósticos em tempo real dos perfis acompanhados, os quais servem para amparar ações de suporte e apoiar iniciativas de saúde pública.
O “algoritmo da vida” já detectou 3,4 milhões de postagens no Twitter com perfil de risco. Desse esforço, 1,4 mil pessoas entraram em contato com o Centro de Valorização da Vida, recebendo apoio e orientação. Anualmente, mais de 1 milhão de pessoas se suicidam no mundo todo, o equivalente a uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, diariamente, 32 pessoas tiram sua própria vida (foram 11 mil casos só em 2018). Dados do Ministério da Saúde mostram que os casos de suicídio entre jovens de 15 a 19 anos aumentaram 20% só nos últimos cinco anos.
E por que uma questão de saúde pública entrou para a agenda de preocupações de grandes empresas?
“Salvar vidas pela tecnologia resume o propósito da SAP, é o que nos conecta como propósito de vida”
Explica a presidente da companhia, Cristina Palmaka, no lançamento da parceria com a AWS, durante o SAP NOW 2019, maior evento de Negócios e Tecnologia da América Latina.
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