Líderes ativistas pelo mundo

26 de novembro de 2019

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Líderes ativistas pelo mundo - Ideia Sustentável

O ativismo empresarial está em alta em setores, por exemplo, como o de tecnologia da informação. E diversos líderes ativistas têm se destacado no mundo corporativo. Estudo denominado CEO Activism in 2018: The Purposeful CEO, realizado por Weber Shandwick, em parceria com KRC Research, revelou números de aprovação da ideia de ativismo corporativo superiores aos das demais enquetes citadas neste artigo. Segundo a pesquisa, 82% dos profissionais de tecnologia querem ser liderados por CEOs ativistas e 81% admitem que todo presidente de empresa deveria ter uma posição clara a respeito de assuntos que interessam à sociedade.

CEO Activism in 2018, um dos mais aprofundados estudos setoriais, traz ainda outros dados reveladores
da ascensão do interesse pelo ativismo corporativo. De acordo com o estudo, 88% dos entrevistados de TI acreditam que o CEO tem a obrigação de se posicionar publicamente nas situações em que os valores de sua empresa sofrem algum tipo de ameaça ou violação.

Cerca de 35% acham que atitudes como esta mostram “honestidade e alinhamento com os valores corporativos.” Impressionantes 79% dizem que seriam mais leais a empresas cujos CEOs se manifestassem em público sobre questões socialmente importantes. As mulheres se apresentam como mais simpáticas ao movimento: 80% seriam mais leais a líderes ativistas.

Leia também: O mundo mudou. E o papel dos líderes empresariais também. Eis a era dos CEOs ativistas

Contudo, o ativismo empresarial não é algo novo. Confira abaixo 6 cases históricos de líderes ativistas que usaram do seu trabalho para defender bandeiras e fizeram história – e continuam fazendo.

Yvon Chouinard

Yvon Chouinard é fundador e proprietário da Patagonia, marca de roupas esportivas que, além de faturar mais de US$ 750 milhões ao ano, é reconhecida como uma das empresas mais éticas do mundo, especialmente pela preocupação com as questões ambientais. Ele aliou o empreendedorismo com diversão, boas ações e ativismo ambiental.

Quando criança, Yvon se mudou com seu pai, um ferreiro franco-canadense, para o Sul dos Estados Unidos, com pouco dinheiro e quase sem nenhum domínio da língua inglesa. Empreendedor, o jovem usou as ferramentas do pai para criar, no final da década de 1950, equipamentos de escalada que mudaram para sempre o esporte. Sua criação serviu como base para as piquetas de gelo modernas.

A vida ao ar livre o fez criar uma relação de amor com o meio ambiente. Em 2001, ajudou a fundar a 1% For The Planet, uma aliança empresarial que incentiva as companhias associadas a doar ao menos 1% de suas vendas para organizações comprometidas com a preservação da natureza.

Atualmente, Yvon Chouinard contribui com ativistas de todo o mundo pela causa ambiental. Além disso, faz parte de diversas organizações ambientalistas e dedica grande parte de seu tempo para o contato com o meio ambiente.

Anita Roddick

Anita Lucia Roddick foi uma empresária britânica e conhecida ativista tanto de direitos humanos quanto ambiental. Em 1976, Anitta fundou a The Body Shop, loja de produtos de beleza, produzidos com materiais naturais e fornecidos em recipientes recarregáveis. A The Body Shop foi a primeira empresa a proibir o uso de produtos testados em animais e uma das primeiras a promover uma negociação justa com países em desenvolvimento.

Seu objetivo era oferecer produtos de qualidade e éticos, além de gerar renda para ela e suas filhas enquanto o marido estava no exterior. Seis meses depois, abriu a segunda loja e, em uma década, a The Body Shop já contava com 700 filiais.

Apesar de ser vista, no início, como uma inimiga do progresso econômico e sua empresa tratada como um experimento de ativismo político radical, Anita Roddick é, hoje, uma grande inspiração para líderes do mundo todo. Enquanto seu discurso de lucro ético parecia bastante utópico décadas atrás, é agora uma meta a ser alcançada. Para ela, os negócios eram uma força poderosa na sociedade, até mais que religião e governo, e, por isso, deveriam oferecer uma nova forma de liderança, mais moral e ética, que melhorasse o mundo.

Ben & Jerry

Ben Cohen e Jerry Greenfield foram amigos de infância em Nova Iorque e se tornaram hippies juntos. Em 1977, iniciaram um curso à distância de produção de sorvetes e, em 1978, fundaram a Ben & Jerry’s, sorveteria que viria a se tornar uma marca reconhecida no mundo inteiro. Um ano após a inauguração, a Ben & Jerry’s lançou a campanha Free Cone Day, um dia em que distribuíam sorvetes gratuitamente. A campanha existe até hoje.

A marca Ben & Jerry’s possui um longo histórico de apoio a causas sociais e ambientais. Entre as bandeiras defendidas, estão a educação, direitos civis, diversidade, combate ao racismo e homofobia, entre outras.

Em 2015, após episódios de violência policial contra negros nos Estados Unidos, a Ben & Jerry’s passou a
apoiar o Black Lives Matter, movimento ativista internacional contra a violência direcionada a pessoas negras, e lançou uma campanha em que se dizia que a vidas negras importam. Já no Brasil, em 2017, a marca doou o dinheiro arrecadado com a venda de um de seus sorvetes à Casa 1, entidade que apoia pessoas LGBTI+ expulsas de casa.

Em 2016, também nos Estados Unidos, a Ben & Jerry’s lançou uma campanha de conscientização política dos eleitores americanos, e os próprios fundadores chegaram a ser presos em um protesto a favor dos direitos civis e contra o financiamento privado de campanha.

Bill Gates

O cofundador da Microsoft, maior e mais conhecida empresa de software do mundo, é reconhecido como a pessoa mais rica do planeta. Além de empresário, investidor e magnata, Bill Gates é um grande filantropo.

No ano 2000, junto de sua esposa Melinda, Bill Gates criou a Fundação Bill e Melinda Gates. A organização filantrópica tem como objetivo incentivar e promover pesquisas e estudos sobre AIDS e outras doenças que atingem, principalmente, os países em desenvolvimento. Além da questão da saúde, a Fundação Bill e Melinda Gates também se preocupa com o desenvolvimento de novos tipos de energias limpas e sustentáveis.

Desde a criação da Bill e Melinda Gates, seu fundador, Bill Gates, já doou aproximadamente US$ 30 bilhões para a caridade. Por sua atuação como filantropos, Bill Gates e sua esposa já foram reconhecidos como Pessoas do Ano pela revista Time, que também incluiu Gates algumas vezes como uma das 100 pessoas mais importantes do século.

Distante do comando da Microsoft desde 2006, Bill Gates atualmente se dedica a diversos projetos pelo mundo, nos quais investe parte de sua fortuna.

Paul Polman

Paul Polman esteve à frente da Unilever por quase uma década e sua liderança foi reconhecida pelo protagonismo socioambiental. Sua missão pessoal na companhia era conduzi-la a ser uma força efetiva para o bem.

Antes de assumir como CEO da Unilever, Paul Polman passou por outras grandes empresas, como Proctor & Gamble e Nestlé, sempre orientado pelo objetivo de melhorar o mundo por meio das corporações. “Eu queria ser padre, depois médico, mas acabei nos negócios e aprendi que, aqui, posso ajudar muito mais pessoas a melhorar de vida”, afirmou em uma entrevista de 2017 ao jornal holandês Het Financieele Dagblad.

Recentemente, após deixar a liderança da Unilever, Paul Polman fundou uma nova corporação, a Imagine, consultoria que ajuda empresas a combater desigualdades e mudanças climáticas. Polman investiu uma grande quantia – não especificada – de seu próprio fundo nesse projeto. Seu objetivo com a Imagine é alcançar, com um senso coletivo de urgência, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU.

Sheryl Sandberg

Empresária americana que hoje é a COO do Facebook, Sheryl Sandberg já foi eleita como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, pela revista Time, e como a 10ª mulher mais poderosa, pela Forbes. Contudo, ela também é reconhecida pela bandeira que defende: a liderança e o empoderamento feminino.

Sandberg escreveu o livro “Faça Acontecer”, que logo se tornou um ícone do movimento pela liderança feminina. Na obra, ela apresenta, além de diversos dados do universo corporativo, situações de sua própria carreira que ilustram temas como representatividade feminina, equidade de gênero e liderança. Para ela, contratar, orientar e promover as mulheres dentro das empresas é a única solução para o assédio sexual que ocorre no ambiente de trabalho, pois ele está associado ao abuso de poder.

Além de seu ativismo pelo empoderamento feminino, Sheryl Sandberg assumiu um compromisso filantrópico com o Giving Pledge, um movimento em que as pessoas e famílias mais ricas do mundo se comprometem a doarem parte de sua riqueza.

Leia também: CEOs brasileiros se reúnem para falar de ativismo empresarial

Por Marcos Cardinalli e Ricardo Voltolini

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