MERCADO DE CARBONO: Santander disponibiliza 50 milhões de euros a projetos de desenvolvimento limpo no Brasil, Chile e México

MERCADO DE CARBONO: Santander disponibiliza 50 milhões de euros a projetos de desenvolvimento limpo no Brasil, Chile e México

O Grupo Santander anuncia nova estratégia para projetos de compra e venda de créditos de carbono. O banco disponibilizará uma linha de 50 milhões de euros, possibilitando que as empresas vendedoras de certificados de redução de emissões (do inglês, certified emission reduction – CER) recebam até 100% de crédito antecipadamente.
A prática usual do mercado é que os vendedores sejam pagos somente na entrega dos CERs, o que pode levar até sete anos depois de o projeto obter a aprovação do Ministério de Ciência e Tecnologia e, conseqüente, registro na Convenção do Clima, da Organização das Nações Unidas, responsável pela regulação do mercado de carbono via protocolo de Quioto.
O Santander financiará, inclusive, projetos não registrados na ONU. No entanto a liberação dos recursos estará condicionada a uma avaliação do banco e, eventualmente, de auditorias externas.
“A monetização de créditos de carbono não é uma operação financeira propriamente dita. Trata-se, portanto, de um contrato de compra e venda, em que os vendedores têm a obrigação de entregar uma determinada quantidade de créditos”, afirma Maurik Jehee, superintendente responsável por Crédito de Carbono da área de Global Banking & Markets do Grupo Santander Brasil. Ele explica que, caso o cliente não tenha condições de gerar os CERs acordados, seja pela não obtenção do registro na ONU ou mesmo por problemas de performance do projeto, a operação vira um empréstimo e eles têm que pagar 20% dos recursos disponibilizados pelo banco, a juros que variam de 4% a 7%, dependendo da avaliação de risco do projeto.
Outra vantagem destacada por Jehee, a partir da venda antecipada de créditos futuros gerados por projetos de desenvolvimento limpo, é a possibilidade de fixar o preço da venda na entrega no CERs, diminuindo o risco de mercado. “Nos últimos 12 meses, o preço dos créditos de carbono, que chegou a ser comercializado a 23,88 euros, atingiu 7,39 euros na Bolsa de Clima Europeia, a maior bolsa de carbono”, destaca.  Ele explica que na modalidade de venda antecipada, o crédito é negociado com um desconto em comparação com os preços do mercado, refletindo o risco de cada projeto.
Foco na América Latina
A escolha pelo Brasil, Chile e México para disponibilização dos 50 milhões de euros se deve ao interesse crescente por projetos de desenvolvimento limpo na América Latina, com destaque para o Brasil, que figura hoje na terceira posição no ranking de países com maior número de projetos de MDL aprovados. Segundo Jehee, os compradores europeus querem diversificar seus investimentos no mercado de carbono, uma vez que China e Índia detêm a maior parte dos projetos de geração de créditos.
Brasil, Chile e México são os três países latino-americanos com maior potencial de emissão de CER nos próximos anos, totalizando 33,5 milhões de créditos, levando em consideração apenas os projetos registrados até o momento na ONU.
A geração de energia por biomassa ou por dejetos na suinocultura, assim como emissões evitadas por tecnologias instaladas em aterros são as principais possibilidades de geração de créditos de carbono nos três países.
Fonte: UNFCCC

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