De olho na Rio+30

De olho na Rio+30

Por Cristina Tavelin

Multiplicando-se por dez as duas dezenas da Rio+20, chega-se a 200: justamente a média de compromissos firmados por empresas nacionais e internacionais no Fórum de Sustentabilidade Corporativa do Pacto Global: Inovação e Colaboração para o Futuro que Queremos, evento que antecedeu a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

Somando-se dez anos à data do grande evento da ONU, caberá perguntar: as empresas terão efetivamente cumprido tantos compromissos rumo ao desenvolvimento sustentável até a Rio+30? O documento final do encontro, Visão Geral e Resultados – Inovação e Colaboração/ Recomendações de Políticas Públicas / Compromissos de Ação, dá uma pista. Mas também provoca o enfrentamento da inércia: “Apesar do progresso, a sustentabilidade corporativa não penetrou a maioria das empresas ao redor do mundo, e nem vimos as ações profundas necessárias no enfrentamento dos desafios mais urgentes”, destaca um de seus trechos.

De qualquer forma, vale ressaltar que o Fórum de Sustentabilidade Corporativa sagrou-se  como um sucesso de público jamais visto em encontros do Pacto Global, reunindo mais de 2.700 participantes, entre membros da sociedade civil, academia, cidades, governos e empreendedores. E serviu como plataforma de lançamento para centenas de novas atividades e compromissos de ação por parte das empresas. O portal UN-Business Partnership Gateway (http://business.un.org/en) reúne diversos deles, nos âmbitos individual e coletivo. Outra boa notícia é que, ao contrário dos diplomatas e chefes de Estado participantes da conferência oficial, metas e prazos estão na mira de boa parte das empresas.

Por aqui, a Rede Brasileira do Pacto Global entregou ao governo a carta Contribuição Empresarial para a Promoção da Economia Verde e Inclusiva, subscrita por 220 empresas com dez compromissos – embora não estabeleça prazos para eles . No documento, as empresas garantem a adoção de medidas relacionadas ao desenvolvimento sustentável em áreas como uso de recursos naturais, proteção ambiental, trabalho digno, diversidade e inovação, além do comprometimento com a influência e apoio às políticas públicas. O relato público da evolução desses compromissos também foi firmado; e serão promovidos encontros corporativos para o possível estabelecimento de parcerias.

“Não apenas os negócios, mas toda a sociedade precisa estar comprometida com a mesma meta; não temos problemas independentes. Por isso, quando tomamos decisões que determinam o futuro dos países, sentar-se à mesma mesa é muito importante. Precisamos definir os objetivos e não defender esse ou aquele ponto de vista”, propõe Margareta Wahlstrom, representante da Secretaria-Geral para Redução de Riscos de Desastres da ONU (UNISDR).

Confira, a seguir, os principais desafios e oportunidades para as empresas em torno de seis eixos temáticos – os mesmos estabelecidos para os debates no Fórum Corporativo – e como muitas dessas companhias têm alcançado êxito em ações relacionadas à energia e clima; água e ecossistemas; agricultura e alimentação; desenvolvimento social; urbanização e cidades e economia e finanças para o desenvolvimento sustentável.

Parcerias inovadoras

Um tema fundamental e que dá suporte aos demais eixos, é, certamente, o da energia. Muitos dos avanços relacionados à sustentabilidade apenas serão possíveis a partir do fomento à eficiência energética.

Diversos acordos nesse sentido foram firmados durante o Fórum Corporativo. Entre eles, o da Plataforma Indústria Verde.

“Mais de 70 empresas, governos e organizações internacionais endossaram a plataforma, uma iniciativa para integrar considerações ambientais e sociais às operações corporativas, por meio do uso eficiente de energia e matérias-primas, práticas inovadoras e aplicações de novas tecnologias verdes”, destaca o documento produzido pelo Pacto Global.

Combinando capacidade de inovação e financiamento, o setor privado tem dado grandes passos rumo à eficiência, assumindo a liderança nessa revolução estrutural. “Acredito que exista muito em comum nas pessoas que trabalham com inovação: a paixão de querer ver algo novo, aprimorar a si mesmas e gerar melhores condições de vida para os outros. O setor privado não trabalha sozinho, mas é imprescindível para impulsionar a inovação porque a tem como base“, avalia Susan Chaffin, secretária executiva do Business Call to Action (BCtA) da ONU, iniciativa global para identificar e promover modelos de negócios que contribuam para objetivos comerciais e de desenvolvimento sustentável no longo prazo.

Um exemplo de ação para levar a energia limpa a outro patamar está na criação da Universidade de Financiamento para Energia Limpa. A ideia, concebida e administrada em conjunto pelos setores público e privado, é fornecer a políticos e reguladores uma compreensão maior para o desenvolvimento de mecanismos de incentivo e regulamentos. Bloomberg New Energy Finance, UNEP Collaborating Centre for Climate & Sustainable Energy Finance e U.S. Department of Energy’s National Renewable Energy Laboratory (NREL) são algumas das instituições à frente dessa iniciativa que visa impulsionar o investimento do setor privado e alavancar o financiamento do setor público. Para tanto, as metas do projeto, para 2013, estão relacionadas à criação de um sistema de suporte extensivo aos participantes e à formação de conselhos de especialistas para tratar de desafios financeiros relacionados ao tema.

“Precisamos de um acordo global, do apoio de governos e sociedade para desenvolvermos um plano comum – seja ele chamado ‘meta de desenvolvimento sustentável’ ou o que quer que seja. Independente do nome, há necessidade da criação de uma estrutura para dar suporte a todos que estão nesse barco”, avalia Angel Fraile, gerente de Desenvolvimento Sustentável da Endesa, empresa espanhola atuante na distribuição de gás natural e na geração e distribuição de energia elétrica. A iniciativa Sustainable Energy for All (SE4All), lançada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, visa acelerar parcerias com governos e sociedade civil e alinhar estratégias empresariais.

No primeiro setor, a política da China de garantir 60% de toda a capacidade adicional de produção energética baseada em fontes limpas, ou a meta nacional de carbono neutro, definida pela Costa Rica, são exemplos de passos rumo a um novo modelo de produção e consumo.

“Hoje, olhamos para as economias nas quais os governos estão comprometidos com a abertura do mercado para beneficiar o consumidor e também para onde há grande comprometimento com energias renováveis, como a Europa??. Na América do Norte não há tanto apoio. Os governos precisam criar a estrutura instrumental e, então, empresas como a nossa podem florescer e realmente engajar consumidores”, destaca Colin Calder, CEO e fundador da britânica PassivSystems, que trabalha com redes inteligentes e aplicativos de controle de energia.

A empresa, fundada em 2008, lidera o mercado europeu de gestão de energia doméstica e consta entre os casos em destaque do Climate Group, organização independente e sem fins lucrativos voltada a inspirar e catalisar a liderança para o movimento Clean Revolution: um futuro de baixo carbono melhor, mais inteligente e próspero. Para Todos.

Assim como a demanda por sistemas inteligentes de gestão de energia, a ascensão de empresas nesse segmento deve crescer nos próximos anos. “Todas as companhias que existem hoje já foram pequenas empresas uma dia – reuniram pessoas com grandes ideias e criatividade para fazer a mudança acontecer. Assim, elas podem e devem ser envolvidas nesse processo”, avalia Mark Kenber, diretor executivo do Climate Group.

No âmbito climático, a iniciativa Cuidar do Clima, do Pacto Global em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), reúne centenas de líderes empresariais comprometidos com o avanço de soluções práticas de baixo carbono, trabalhando para fortalecer o enfrentamento dos desafios das próximas décadas. Para tanto, tecnologias inovadoras de aplicativos para telefones celulares e outros aparelhos para preparar melhor os agricultores nesse sentido, por exemplo, ou para fornecer dados às ONGs e subsidiar uma maior resiliência da comunidade, terão grande utilidade nos próximos anos.

O preço do ambiente

Alcançar a sustentabilidade no que diz respeito a água e ecossistemas é outro desafio corporativo global. A ideia de precificar esses sistemas mostra-se necessária, mas ainda gera dúvidas: de quem seriam esses recursos? Quem deve colocar um preço sobre eles? Como esse processo deve ser encaminhado?

“Desejamos que as próximas gerações possam aproveitar os recursos naturais tanto quanto nós. Se não colocarmos um preço sobre eles, será impossível. Esse processo é responsabilidade da sociedade como um todo e deve ser pensado de modo que os recursos sejam repartidos, estimulando o desenvolvimento. Não podemos mais desperdiçá-los”, avalia Shahamin Zaman, diretora executiva do CSR Center de Bangladesh.

De acordo com dados da ONU, já estamos em estado de emergência: mais de dois terços da população mundial devem enfrentar escassez nos próximos 15 anos. Para enfrentar esse problema de forma mais imediata, os chamados “fundos de água” ajudam a segurar essa onda. A Latin American Water Funds Partnership é a primeira iniciativa a envolver os setores público, privado e a sociedade civil em uma estratégia única de conservação de bacias hídricas.

Por meio da Fundação FEMSA, o setor brasileiro de bebidas se comprometeu a ajudar a proteger o abastecimento de água. O projeto conta com a parceria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e tem como meta, para 2017, chegar a 1,1 milhão de dólares para criar e implementar ao menos três fundos de água no Brasil, além de alcançar cerca de 130 mil hectares de bacias hidrográficas conservadas. “A água, atualmente, é um recurso muito degradado tanto por seu desperdício brutal quanto pelo uso inadequado, que contribui para poluição de rios e oceanos”, destaca José Luiz Alquéres, urbanista e ex-presidente da Light.

Para unir diversos setores na busca de soluções para problemas hídricos, a criação do Water Action Hub, primeira plataforma online do mundo, foi outra solução encontrada para reunir empresas, governos, organizações da sociedade civil e outros interessados em projetos de gestão.

No âmbito da alta direção das empresas, a Norma Executiva Hídrica inspira a promoção da sustentabilidade e gestão corporativa da água por cerca de 100 companhias.

“Os CEOs precisam perceber quão importantes são essas ações. Devem pensar em termos de responsabilidade social corporativa, gestão de recursos, economia de energia e colocar taxas sobre o uso da água”, enfatiza Shahamin, do CSR Center.

Engajamento com a base da pirâmide

Com a previsão de alterações climáticas bruscas e o crescimento da população mundial – que deve chegar aos 9 bilhões de habitantes em 2050 -, o tema da agricultura e alimentação representa um dos desafios mais importantes a serem enfrentados.

Tendo isso em mente, 16 empresas do setor firmaram o compromisso de liderar o desenvolvimento de princípios empresariais globais e voluntários sobre boas práticas e políticas para a agricultura sustentável – trabalharão para estabelecer um acordo sobre quais são os recursos e impactos fundamentais na transformação do mercado. “Estamos tentando direcionar de maneira inteligente as necessidades de uma economia sustentável. Obviamente, isso consiste no fornecimento responsável – precisamos garantir a atividade para as comunidades rurais, ter certeza de que há um quadro condizente com a produção sustentável. Assim, os desafios são, efetivamente, assegurar que recursos e ética estejam voltados às ações certas. E apenas será possível trabalhar em uma plataforma para entender a agricultura sustentável indo a outro nível de especialização; por isso a importância do compartilhamento de casos de sucesso”, avalia Ian Hope, diretor de Sustentabilidade para Agricultura da PepsiCo.

Para alcançar o tão propalado “futuro fome zero”, as empresas precisarão trabalhar em diversos enfoques, como a capacidade de gerenciamento dos sistemas de produção para sua resistência a choques climáticos, por exemplo. Nesse sentido, estão tentando envolver, motivar e trabalhar junto às redes de fornecedores para tornar suas práticas melhores, costurando parcerias com pequenos agricultores e comunidades por meio de treinamento, financiamento e uma compra justa e consistente.

“As companhias que vemos na vanguarda basicamente reconhecem a inevitabilidade dos negócios começarem a trabalhar na base da pirâmide, aprimorando-a por meio da proximidade com pequenos agricultores ou principais fontes da cadeia de abastecimento. Quando falo com empresas líderes, elas não dizem ‘vamos conversar com algum fazendeiro no futuro’; elas percebem que a hora é essa e é inevitável engajar-se com esses fornecedores, inclusive os mais antigos”, destaca Susan, do BCtA.

Desenvolvimento igualitário

A escassez de recursos somada ao aumento da população certamente terá impacto sobre o desenvolvimento social. Diversos aspectos envolvem esse conceito. Na questão de gênero, por exemplo, uma nova plataforma para promover a transparência e divulgação de iniciativas sobre igualdade nas empresas, por meio dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEP), está em etapa de desenvolvimento e tem o apoio de 400 diretores executivos em todo o mundo.

O estreitamento na relação com comunidades indígenas para obtenção de matéria-prima e geração de emprego e o desenvolvimento de infraestrutura em áreas de alto risco ou afetadas por conflitos são outros exemplos de ações que estão sendo promovidas pelas empresas. “Pequenos grupos podem ter um efeito de mudança muito poderoso. A mentalidade está mudando e temos muito o que aprender na troca de experiências com outras pessoas”, reflete Klaus Leisinger, presidente e diretor executivo da Fundação Novartis para o Desenvolvimento Sustentável.

No Fórum Corporativo da Rio+20, estabeleceu-se uma estrutura para investimento social empresarial, concebida para corporações, investidores institucionais e governos interessados em incubar e ampliar startups e pequenas empresas com missão socioambiental. O Social Enterprise&Impact Investing orienta investidores, empresas e formuladores de políticas quanto ao envolvimento com empresas sociais por meio de três etapas: priorização da justificativa para o envolvimento, definição de uma estratégia e escolha de abordagens específicas para execução. “Qualquer um dos provedores da rede global já pode assumir a base da pirâmide como sendo a ‘população’. Na medida em que você a vê como seu mercado alvo e integrante da cadeia de valor, encontrará o caminho para o funcionamento de um novo sistema”, destaca Susan, do BCtA.

Trazer a sociedade civil para debates relacionados ao desenvolvimento sustentável é essencial, mas pode ser mais complicado do que aparenta, de acordo com Margareta, da ONU. “A sociedade é muito grande e diversificada, possuiu setores distintos que normalmente não querem ser representados por outras pessoas. Não vejo uma maneira óbvia para formalizar essa participação, mas vejo muitas formas de garantir que os governos ou empresas se engajem nesse tipo de diálogo”, reflete.

Capacidades regionais para benefício coletivo

“A cada dia, 180 mil pessoas juntam-se à população urbana global”, destaca o documento do Fórum Corporativo. Parece muito? Talvez não para quem vivencie o trânsito nas cidades. E o documento traz ainda outros dados para mostrar o tamanho do desafio: constrói-se diariamente o equivalente a duas cidades do porte de Tóquio. Em meio a esse crescimento desenfreado, um em cada seis habitantes urbanos vive, atualmente, em favelas; e, ao longo das próximas décadas, a ONU estima que quase todo o aumento da população mundial ocorra nas cidades.

Não há uma solução única para os problemas urbanos; cada região precisa identificar os desafios e as melhores ações diante do próprio contexto. “Cidades como Copenhague possuem institutos de planejamento urbano há décadas. Suas experiências são válidas, mas precisamos mudar nossa mentalidade e disseminar informações sobre novos conceitos”, avalia Alquéres,  ex-presidente da Light.

Por outro lado, o trabalho em parceria – tanto entre setores como regiões – pode proporcionar uma estrutura mais sólida para o enfrentamento das mudanças climáticas. “Cidades que trabalham juntas em quadros regionais – ecorregiões, regiões econômicas, políticas ou culturais – podem aumentar enormemente as capacidades das cidades individualmente”, destaca o documento do Pacto Global. Um exemplo nesse sentido é a Aliança do Paraná, que reúne 399 municípios do estado brasileiro para gerar um processo de desenvolvimento de práticas sustentáveis. Já o Programa Cidades, do Pacto Global, leva esse tipo de abordagem a outras cidades mundo afora.

Um dos compromissos individuais assumidos nesse contexto deu origem à plataforma NatLab – The Natural Infrastructure Innovative Financing Lab para tornar a infraestrutura das cidades mais verde. A empresa EKO Asset Management, em parceria com a organização The Nature Conservancy, conduz a plataforma com metas para fomentar a gestão responsável, disposição e rastreamento de lixo eletrônico, em 2013. O primeiro passo desse projeto será catalisar o investimento de capital para preservar a infraestrutura natural da Filadélfia (EUA), com apoio à restauração e recriação de sistemas naturais de infiltração como telhados verdes, pavimentação permeável, zonas úmidas e outras técnicas para mitigar o escoamento de águas pluviais e reduzir transbordamentos, ao mesmo tempo em que gera empregos verdes para comunidades de baixa renda.

A experiência do NatLab deve gerar recomendações de políticas e estruturas de financiamento para catalisar o capital privado, além de um relatório final para que idealizadores de políticas e serviços públicos possam replicar o programa. Esse tipo de ação, para impulsionar e envolver a sociedade como um todo, já é uma tendência em sustentabilidade corporativa e, principalmente, na reestruturação das cidades. “O mais importante é retomar essa visão perdida do habitante da cidade: ele está ali para desfrutar o local”, pontua Alquéres.

Uma nova medida

Com a necessidade de precificação dos recursos naturais, o conceito de “valor” começa a sobressair-se à ideia de “preço”. Desse modo, o setor financeiro encontra-se num momento de repensar ações e a forma de desenvolvê-las. “O modelo contábil precisa capturar as transformações em curso, hoje, dentro da linha dos investimentos sustentáveis”, destaca Carlos Frederico Duque, diretor-superintendente do Instituto Infraero de Seguridade Social (Infraprev).

Com essa finalidade, os principais executivos de 37 bancos, fundos de investimento e companhias de seguros lançaram a Declaração de Capital Natural, com o compromisso de integrar esse capital em relatórios para o setor privado, na contabilidade e na tomada de decisões, além de requerer a introdução de políticas governamentais adequadas. A plataforma busca tangibilizar o uso dos recursos naturais dentro das empresas, impulsionando-as a apresentar os dados sobre essa utilização no desenvolvimento de determinado produto ou serviço. A próxima etapa do projeto inclui a discussão sobre o arcabouço metodológico para guiar o processo de precificação. “Nos próximos meses teremos algum subproduto do grupo, um esboço. Há outras iniciativas acontecendo, como duas medidas provisórias que podem ser colocadas em audiência pública – uma obrigando as empresas financeiras a reportarem as informações socioambientais em seus balanços e, a segunda, para apresentar o uso de recursos naturais dentro da própria atividade, o que vai de encontro ao que desejamos fazer”, destaca Duque.

Outra iniciativa relacionada especificamente ao setor de seguros, os Princípios de Seguros Sustentáveis, inclui monitoramento sistemático, identificação, avaliação e gestão de riscos e oportunidades associados a questões socioambientais e de governança para desenvolver soluções e melhorar o desempenho das empresas.

Os princípios voluntários abordam questões de responsabilidade socioambiental, incluindo gestão de riscos, desenvolvimento de novos produtos e serviços, vendas e marketing e gestão de investimentos.

Já os Princípios de Investimento Responsável (PRI) baseiam-se na convicção de que questões socioambientais e de governança corporativa possam ser relevantes para os interesses financeiros dos investidores no longo prazo.

O T. Garanti Bankasi A.S. (Garantibank), da Turquia, por exemplo, se comprometeu a avaliar a gestão de impacto ambiental indireto decorrente de seus projetos financiados. As metas, a serem cumpridas em 2013, envolvem aplicar o modelo de Avaliação de Impacto Ambiental para todos os projetos com um valor total de investimento superior a 20 milhões de dólares por meio de um sistema de classificação de riscos customizado. De acordo com os resultados, um plano de gestão ambiental será estabelecido para obrigar os financiados a tomarem certas medidas para a mitigação dos riscos.

Casos inspiradores e boa vontade no compartilhamento de ações não faltaram às empresas, durante a Rio+20, no movimento de transição para uma economia de baixo carbono. Se boa parte delas efetivamente se dispuser a ir além das intenções, nos próximos dez anos, certamente haverá muito a se comemorar na Rio+30.

Leia mais sobre a participação das empresas na Rio+20 em artigo de Cláudia Piche, editora-chefe desta revista, publicado à época em https://ideiasustentavel.com.br/2012/06/as-empresas-na-rio20/

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