5º Estudo NEXT – Eficiência energética – Tendência 2: Reconfiguração da matriz energética

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O uso de fontes renováveis nos sistemas energéticos tende a crescer globalmente à medida que caem seus custos de produção e aumenta a pressão sobre a necessidade de reduzir emissões de gases de efeito estufa

Mix de energia


As fontes fósseis ainda vão predominar por um longo período de tempo na configuração global de energia, mas é impossível ignorar a força com que as renováveis têm conquistado espaço na matriz energética dos países nos últimos anos, reduzindo seus custos de implantação/uso e gerando milhões de empregos. Cada vez mais financeiramente viáveis e ambientalmente vantajosas, elas deixaram de ser uma possibilidade para se tornar uma necessidade.

Além de desempenharem um papel fundamental no enfrentamento das mudanças climáticas, as fontes renováveis diversificam a matriz energética e ampliam a segurança na geração e no fornecimento de energia.

A efetiva transição para um modelo mais variado, ainda em estágio inicial, enfrenta dois grande desafios: um de natureza tecnológica (as inovações exigem alto investimento) e outro institucional, que implicará planos de ação dos países, mobilização de recursos e delegação de responsabilidades. Mesmo assim, há indicadores positivos.

Em 2014, a 20ª Conferência das Partes (COP 20) das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Lima, no Peru, defendeu as fontes limpas não como uma alternativa para a geração de energia, mas como o meio ideal para garantir o abastecimento e reduzir radicalmente emissões de gases de efeito estufa.

Participantes do encontro propuseram aumentar o preço do petróleo – e dificultar sua exploração com políticas específicas – para fazer as renováveis saltarem para 40% do consumo energético até 2030 e 90%, até 2060. Mesmo com a queda mundial do preço do barril no último ano, os investimentos em energias renováveis cresceram 17%, atingindo um total de US$ 270 bilhões em 2014.

De acordo com o relatório Tendências Globais em Investimentos em Energia Renovável, do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), lançado em março de 2015, neste cenário de início de transição, China e Japão vêm priorizando a fonte solar, enquanto na Europa se destacam os parques eólicos offshore (aqueles localizados longe da costa); na Dinamarca, por exemplo, a energia eólica já é considerada a fonte mais barata, superando até o carvão.

Os chineses ocupam o primeiro lugar nos investimentos em fontes renováveis (US$ 83,3 bilhões), seguidos pelos norte-americanos (US$ 38,3 bilhões) e japoneses (US$ 35,7 bilhões). Já o Brasil investiu US$ 7,6 bilhões, à frente da Índia (US$ 7,4 bilhões) e da África do Sul (US$ 5,5 bilhões). Ao todo, o valor destinado pelos países emergentes atingiu a marca dos US$ 131,3 bilhões, 36% superior a 2013. Já nos desenvolvidos, o índice do mesmo período foi apenas 3% maior.

Os números mostram o progresso significativo das fontes renováveis, que representaram 9,1% da produção energética global em 2014 – um valor 8,5% superior ao de 2013. Caso mantenha a taxa de crescimento atual, porém, o índice só alcançará os 20% em 2030. Em resumo, o balanço não é tão animador quanto parece. No Brasil, por exemplo, 45% da energia provêm das tecnologias renováveis (valor significativo se comparado à média mundial de 13%), mas isto quer dizer que mais de 50% ainda têm origem fóssil.

Mesmo assim, é inegável que as renováveis já fazem parte imprescindível do mix energético global. A tendência é que elas cresçam em escala, enquanto caem os preços das tecnologias e aumenta consideravelmente a pressão sobre questões de mudanças climáticas. Dependerá, contudo, do senso de urgência dos tomadores de decisão – tanto no setor público quanto no privado – a eficácia da reconfiguração das matrizes de energia.

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